quinta-feira, 9 de julho de 2020

Adeus Júlio Saraiva

       Conheci Júlio Saraiva em Porto Alegre, quando trabalhava na Secretaria de Cultura do Estado, no IACEN, numa avaliação de projetos para o Festival de Bonecos para Canela . Éramos  três avaliadores: as irmãs Graziela SaraivaTânia de Castro e eu. Havia uma data limite para a entrega dos Projetos e esta já tinha encerrado. Então Julio Saraiva apareceu querendo que nós os jurados, desrespeitando o Edital, aceitássemos seu projeto. Ignoramos seu pedido e fomos para a sala escolher os espetáculos dos bonequeiros. Quando terminamos nossa tarefa lá estava Júlio Saraiva nos aguardando. Havia no ar um clima de tristeza e um certo desconforto. Indo embora levei comigo a sensação de que naquele dia eu havia arrumado um  inimigo declarado.  Como eu estava enganada!                           
       Com o passar do tempo Julio Saraiva foi se tornando um querido amigo. Toda vez que me encontrava se mostrava gentil e muito alegre. Nossa amizade foi crescendo a medida em que nossos caminhos se cruzavam. E num Carnaval ele, então, fez um vídeo para mim. Foi um presente inesquecível. Quando ele estreou Maria Farrat com as Juliet´s podemos ver a sensibilidade de um grande artista. Havia naquele espetáculo  poesia e uma direção segura e cheia de ternura.                                     
        Julio se foi, mas deixou em todos nós que o admirávamos um vazio, um espaço que jamais será ocupado. Quis escrever este texto para homenagear um artista cuja delicadeza e amor conquistou todos que tiveram a honra de conviver com ele. Não existe adeus, caro Júlio Saraiva, mas até breve.    

Um comentário:

  1. Boas lembranças, Júlio era um queridão e um grande talento. Ótimo texto!

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