sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Enterro da Revista

As estreias das Revistas eram sempre lotadas, depois sua continuidade dependia se o público gostava, se as criticas eram favoráveis ou se o elenco era capaz de fazer o espectador sair da sua zona de conforto e gastar algum. Quando uma revista agradava ficava seis, oito meses dependendo do contrato com o teatro. No teatro João Caetano tinha um prazo para entregar o espaço, pois era do Governo e havia uma licitação para a ocupação do mesmo. Já no Recreio, propriedade de Walter Pinto ,ele decidia a data do término da temporada. Mas o que o público gostava mesmo era do enterro da revista e isto era feito na última noite. Trocávamos os papéis, improvisávamos e aconteciam coisas muito engraçadas. De repente, num esquete entrava uma vedete cantando ou dançando, coisas que nada tinham com a situação. O teatro esgotava e o público adorava, mas quem mais se divertia, eramos nós, pois a  loucura era total. Inventávamos um esquete dentro de outro, criávamos enredos onde não existiam e riamos junto com a plateia que aplaudia nossa ousadia e criatividade. Ninguém queria perder um enterro e os colegas dos outros teatros iam assistir e as vezes, até entravam em cena . Era uma festa total que muitas saudades trás. O enterro da peça era o momento mais hilário da temporada, pois saia dos limites e tínhamos a oportunidade de improvisar e mostrar nesta noite todo nosso talento  contando apenas com o aqui agora !