domingo, 5 de julho de 2015

Campista, Pano Verde

Acompanhei durante muitos anos a ruína, a dor e o desespero de amigos viciados em jogos de cartas, pif-paf, buraco, canastra, pontinho, cacheta e poker. Hoje lembro com tristeza cenas que vi e nunca consegui esquecer de pessoas também viciadas em jogos de cassinos como roleta, bacará e máquinas. Campista é um jogo de pano verde, quase igual ao bacará. As cartas são desenhadas de as a rei no pano verde. O máximo da aposta era de 200 cruzeiros em cada carta. Podia se fazer combinações casando uma carta com quantas  quiséssemos. Estes cassinos eram clandestinos, pois este tipo de jogo ainda é proibido no Brasil. São jogos chamados pulos, pois cada noite era em um lugar diferente por causa da polícia. Certa vez fomos jogar na Baixada Fluminense, em São João do Mereti, um lugar já  bastante violento, naquela época. O jogo começava ás 22h e ia até as 04h da madrugada. Duas amigas, uma filha de um deputado e outra dona de um edifício em Copacabana, e eu nos arriscamos muna estrada as escuras e fomos seguidas por um carro . O medo começou a tomar conta, e sem saber o que fazer nos armamos com chave de fenda, lanterna e mais nada. Resolvemos parar na estrada e enfrentarmos os perseguidores . O carro encostou no nosso. Eram quatro rapazes. Um deles baixou o vidro e perguntou: vcs estão indo para o cassino estamos perdidos...Que alivio ! Estamos, respondemos , é só nos seguir. Ufa, que medo ! Na noite seguinte a polícia militar, a mando do Secretário de Segurança do Estado, deu uma batida naquele local prendendo jogadores e trabalhadores . Saiu em todos os jornais, rádios e tvs.Com fotos dos jogadores etc... Foi um escândalo ! Naqueles dias a vida de um jogador era assim, risco total , isto é se correr o bicho pega se ficar o bicho come !!!